quinta-feira, 9 de junho de 2011

As asas da liberdade


Este corpo com seu peso,
suas amarguras suas dores e cansaços,
a amarrar à terra uma alma que vai ganhando
até sem dar conta, as asas da liberdade.
E no entanto é tudo uma incerteza
As dores que temos,
as que vivemos,
foram nossas, não nos pertenceram
são passado, são presente
são de alguém a quem amando excessivamente
fizemos nossas as suas sem dar conta.
Como ter a certeza de alguma coisa
como distinguir dentro e fora do ser
se nem deus se distingue da criatura.
Somos um mundo de sensações
sem fronteiras a limitar o que sentimos
Outros, com outros misturados
nós, com eles, o mesmo
do lado de fora, mas também do lado de dentro
incertos de saber onde começamos ou terminamos
Talvez nem importe sabe-lo
e baste vive-lo como quem respira

5 de Junho de 11
JC

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