quinta-feira, 14 de julho de 2011

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Eu sou como a árvore que entrega os seus frutos. Eu simplesmente dou. Se aqueles a quem me dou merecem esse fruto, o seu prazer e o meu são imensos. Se o não merecem o seu prazer é proporcional ao seu merecimento mas o meu continua igual ao que sou. Porque eu sou uma árvore que dá os seus frutos a quem os quer sem perguntar a quem estende a mão: tu és digno de colher? E mesmo que me respondesse, que faria eu com a sua resposta. Recusava-lhe os meus frutos por ser menos digno. Com que direito. A árvore dá da si. As criaturas estendem a mão e colhem. É a troca da vida. É a troca possível. Mais do que isto era entrar no jogo do merecimento, que é uma regra do homem para decidir quem tem direito a quanto e ao quê. Jogo que alguns homens acreditam justo e por isso o mantêm como a regra das suas vidas. Já a arvore continua a dar de si e os seus frutos alimentam o justo e o injusto. São duas medidas, cada uma com a sua veracidade.

2 de Julho de 11
JC

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